A grande arte do soneto tem em Juergen Heinrich Maar um interessado e rigoroso cultor, em que o "à Moda Antiga" do título nada tem de arcaico (melhor dizendo, obsoleto). Pelo contrário, Maar, admirador confesso de fernando Pessoa e de Florbela Espanca, confere aos poemas uma certa intemporalidade que tanto os remete para as grandes obras dos autores clássicos, como lhes dá a modernidade que se exige aos autores hodiernos. Desta obra, servida por cuidadoso trabalho editorial, aqui fica a nota e um dos sonetos (e outro, na contracapa).
Paisagem
A curva do caminho inda é o segredo
Apesar de brilhar ao longe o raio
Que incendeia a paisagem, com o medo
Esvaindo-se lentamente num desmaio.
Levam-no nuvens cinzentas bem cedo
Destilando solene a luz de maio
A curva do caminho num enredo
Abrindo de fantástico ensaio.
Todo um novo horizonte liberta
Os d«segredos da curva no caminho,
Que assim as notas cálidas desperta.
Suas sombras banhado de carinho
A que nada resiste nem perdura
E que envolve o segredo e o transfigura.



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