sábado, 20 de setembro de 2025

39 / Solange Firmino (Brasil), "Enseada de Junho"


Enseada de Junho


Não sei se amo mais o marujo, o vento

ou a maré que traz a desordem da espuma.

O cais inabitado é uma metáfora a decifrar

o silêncio do inverno.


Os barcos velhos ancorados, as velas rotas recolhidas

fazem pensar que só buscavam um porto de abrigo.

Até as aves marinhas alteram seus rumos.

Adio para amanhã mais uma tormenta.


Ao entardecer, percorro a orla da praia.

Espero a lua se acender no mar.

Só os uivos comovidos dos cães

me fazem companhia agora.


Foto Joaquim Saial

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