Hoje, logo que
abri o aparelhómetro, dei com uma triste notícia: morreu Graham Greene, o actor
índio da tribo Oneida que todos nós pudemos apreciar nos filme em que esplendeu
a sua grande qualidade de intérprete: “Danças com Lobos” ou, no campo dos
melhores policiais cinematográficos, o inesquecível “Coração de Trovão”, a
partir de um must de Tony Hillerman, posto na tela pelo consistente Michel
Apted no qual para além de Green também actuaram os excelentes Val Kilmer, Sam
Shepard e Sheila Tusey, enquadrados por uma equipa bem escolhida.
Graham Greene,
que pelo seu povo fora elevado à condição de chefe honorário devido à sua
qualidade de grande actor de teatro e cinema mas também pela sua postura de
integérrimo representante da sua tribo (Oneida, uma das pertencentes às
denominadas Seis Nações) teve antes de enveredar pela arte cénica diversas
profissões: carpinteiro, operário do aço e soldador até chegar, pelo estudo
depois, a engenheiro civil.
Tive ocasião,
durante a minha estadia no Canadá, em Toronto - cidade onde ele vivia - e
noutros locais do Ontário, de conversar com diversos oneidas, os quais
unanimemente me referiram, a dado passo, o gosto que tinham em ser confrades
tribais de Greene, apreciado e respeitado como membro destacado da nação
Oneida.
(Os Oneida são um
povo indígena do grupo linguístico iroquês, com as suas terras ancestrais em
Nova Iorque. Eles são um dos cinco povos originais da Confederação Iroquesa (ou
Haudenosaunee), conhecidos como o "Povo da Pedra em Pé". Os Oneida tiveram
um papel crucial como aliados dos Estados Unidos durante a Revolução Americana
e muitos se dispersaram ao longo do tempo, estabelecendo-se em Wisconsin e
Ontário, Canadá, após a perda da sua terra.
Resta-me referir
que o chefe Cavalo Corvo, nome índio tradicional do saudoso actor agora
falecido - por causas naturais conforme é referido nas notícias necrológicas,
pois não partiu por doença ou acidente - fora nomeado, entre diversos outros
galardões durante a sua carreira, para o Oscar de melhor actor coadjuvante pelo
seu papel de Chefe Kicking Bird do "Danças com lobos" em que dava
réplica ao também excelente Kevin Costner, realizador dessa memorável película
posta em cena a partir de um notável romance do norte-americano Michael Blake.
Consternado pela sua partida, curvo-me
perante a sua memória.